Tuesday, May 11, 2010

"Nada"


Já não há muito mais, nada é concreto
não tenho nada, e o que te posso dar caiu num universo
negro, que me faz gritar, lutar contra o que não vejo..
Sintome cego! posto a julgar um mundo que achei perfeito!
Não há nada que possa mudar, por dentro eu estou oco.
Dei tudo o que tinha, ainda que desprezes e aches pouco,
Gritei até ficar rouco, corri até a fadiga encontrar-me
no estado que era desejado, transpirado e sujo,
sem orgulho, nem vaidade, sem beleza nem charme
deixe-os comer da minha carne..
beberem do meu sangue,
e saciar essa vontade que aos poucos fez o meu "eu" abandonar-me.
Ninguem te disse que aguentares-te de pé seria facil,
o caminho é longo, e não há nada no horizonte.
Resistir, e continuar...é na fé que esta a fonte...
Entre planicies desertas, montes, a angustia e o desespero,
acasalam dentro de mim, dando a lúz ao fim do "ego"!
Nada do que eu vi era o que eu julgava ser,
mas quando nasci ninguem me disse que teria de aprender a ver..
Desabafei com uma pagina, como se ela pudesse entender...
Escrevi sobre uma pessoa, como se ela pudesse entender...
Desisti de correr como se o chão pudesse levar-me.
Amei "só" a palavra, como se ela pudesse amar-me.














Pedaços de uma folha


Eu preciso encontrar-te, preciso que me digas se isto serve,
que me expliques o sentido da vida enquanto vejo cair a neve.
Eu preciso abraçar-te, e deixar que o teu olhar me leve,
até ao lugar... onde o amor apenas se sente e não se escreve.
Fechado mas sem paredes, só em ti tive a liberdade,
que hoje vejo afastar-se deixando-me outra vez trancado!
"Enchi" centenas de folhas, para conseguir escrever-te uma carta...
E o que mais queria que ouvisses perdeusse,
num dos pedaços desta folha rasgada...
Não tenho jeito para as palavras, apenas deixo-as cair aleatoriamente,
como as folhas no Outuno, deixo-as guiar-se pelo vento...
È simples e verdadeiro, como o sorrizo duma criança.
Apôs a chuva intensa o arco-íris é a "bonança",
correndo o mundo sem receio, apenas com amor e esperança.
Não há dor, e tudo resto que possa trazer turbulencia.
E simples, como eu querer a luz no meio da escuridão,
como partilhar com alguem mais carente, um pedaço do meu pão.
È simples como um "bom dia" torna diferente a tua rotina,
porque só na ausencia sentes a falta daquilo que hoje tens e não ligas!
È simples como eu dizer, que só escrevo p´ra ti em folhas rasgadas.
Porque o que mais queria que tu lesses,
está num pedaço de papel algures numa gaveta abandonada(.....)

Thursday, May 6, 2010

My Angel




Não deixes a caneta fugir, ou deixa-me ir atraz dela.
Eu preciso de senti-la a riscar mesmo que não sejam palavras belas,
Nunca quiz largar-te, se eu menti, tu mentiste-me.
Porque disse o que não escrevi e quando escrevi não te disse...
As vezes a tinta é pouca, e faz-me encurtar as palavras.
Faz-me guarda-las como a roupa suja com que enterramos as nossas magoas
Disses-te que eu era tudo, eu disse que eras um anjo..
Que me albergava no teu mundo, sem rumo fui viajando.
Perdi-me... e reencontrar-me é duro!
Não adianta espernear não há sentimentos no escuro...
E as vezes ela escapa-me, deambula nas linhas,
Regista momentos que não sabia, mas duma vida que ainda é minha...
Eu não posso ser o que esperas, acredita, e se há esperança!
Um fim agora, é mais facil... guarda todas boas lembranças.
O olhar de criança, perdeu-se, no meio de tantas mazelas.
Preciso da minha caneta, mas já não vou atraz dela ......